quinta-feira, 23 de abril de 2009

lavatório ecomajestic de quem nunca se tocou de verdade pra sentir

Ela ficava se lavando, e se lavava muito, por que dizia que se sentia livre, e que quando fica com as pernas abertas assim é para se sentir melhor. Ela se lavava nem que fosse de manhãzinha, só da cintura para baixo depois do café. Lavava e se esfregava pra ficar limpinha e dizia que era bom. Depois saía do banheiro com a cara mais sem vergonha do mundo e pensava: -Já fiz minha toilette !! Ia para o quarto ler, quando estava bem da cabeça. Ou desenhava, escrevia teorias que não valem nada!!! Nem uma foda, pensava. Ela se lavava antes de se deitar, e se lavava muito antes de transar. Eles diziam, não precisa, te quero assim, não ela respondia, eu suei, minha virilha está molhada. mas e eu te quero assim, respondia. E depois de transar também se lavava, pra tirar o cheiro do latex antes de dormir, e se tocava o que ardia. Fechava os olhos e sentia as coisas do dia correrem pelo ralo feito clara de ovo. Quando acabava a água, ela sentava na bacia, despejando água quente e se lavando devagar. Alívio. Agora se sente livre.

Um comentário:

Anônimo disse...

É um projeto na tentativa de lançar um livro de poesias, as quais ficaram expostas, para uma semiótica.
O resultado me agradou muito e agora mantive o blog para servir de diário para a saga de editar o livro, penso que talvez não tenha visto as poesias postadas.
Valeu pela honra. Estou lendo seus posts, o que farei gradativamente para não perder a emoção.

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