Ela mesma estava no fundo da piscina sem explicação. Deram muitas. Versões aos fatos. Três semanas antes disse que não aguentaria. Aguentar o quê? Ninguém entendeu. Uns dizem que alimentou os animais primeiro, para garantir que não teriam fome até a percepção de sua ausência. Deixando a tartaruga nadando em volta do corpo para fisgá-la, já que ela amava a natureza. Mais nada. Dois meses atrás havia pedido para não amar mais ninguém. e deu certo. Levantava todo dia e dizia para si:
- Sou um coração frio!
E pensava que não sofria por mais ninguém. Seria livre. Livre? O que é ser livre sem ser escrava do próprio pensamento? Ou deixá-lo fluir e mesmo assim sofrer por ele?
Começou a sofrer por não ter em quem pensar antes de dormir. Ficou sem graça. Fantasiar? Não, meu coração não me permite.
Uns dizem que tomava ansiolíticos emprestados de amigos. os convencia a doar uma pequena quantidade e dizia:
- Para emergências.
Não se sabia até que ponto poderia usar. Dizem que na adolescência usava, não se sabia se para dormir, ou para emagrecer. Não sei do que se já era muito, muito magra.
Uns dizem então, em meio a essas tais evidências, que tomou o ansiolítico com a bebida que tomava de costume. Era cerveja, isso todos sabem. Era todo dia em alguns períodos mais alegres. Mas a que me refiro é o steinhäger. Bebida de graduação alta que colocava limões, acerola e açúcar. Muito bom, quando queria agradar as visitas. Também gostava de agradar. Mais um problema.
Outras versões, a dos amigos mais íntimos, dizem que estava olhando para a paisagem ou a grama ( como sempre fazia como forma de meditação) e simplesmente teve uma queda de pressão. Seu corpo foi a fundo, não sem antes a cabeça bater na borda, rapidamente a água entrou pelas narinas. Chamaram-na a noite toda. Mas como era revolta, acharam que era mais uma das suas saídas noturnas. Estranho, sem avisar.
Outros dizem que era tudo isso, só que planejado, não aguentava mais. Os pais dizem, ela usou alguma coisa, não faria isto em sã consciência. Querendo dizer que pelo amor são ela não faria. O problema é que o amor do qual ela procurava nunca foi muito são.
Um amigo íntimo disse, mas foi só um: - Um dia ela fez uma brincadeira, chegou perto da ponte, na parte que a proteção havia se partido, colocou uma das suas fininhas pernas dizendo rindo nervosamente: " Eu não tenho medo", para não cair não puxei-a de volta pensando que no susto poderia cair.
Realmente, ela não tinha medo, nem um sorriso, nem um amor, nem um gesto de carinho do qual esperava há anos.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Mas deixa a menina falar
Me disseram que você anda desmaiando, eu sei
Que bateu a cabeça
Quis tirar coisas dela
Que andou rolando estrada abaixo tendo convulsões
Que não chegam a durar um minuto, mas sufoca tua garganta
Me disseram sobre a sua agonia sem fim
Uns chamam de ansiedade. Para ansiedade se tem ansiolíticos
Você chama de agonia
Até disseram para não gritar contigo para o coração não acelerar
Até que tenha acelerado muito nessa vida
Agora sente, já é hora de parar.
Anda com tonturas nos corredores da escola, da casa, na rua anda se apoiando ( esgueirando) a ponto de ser o suficiente para não cair
Ah minha boca seca
Ah minha solidão, me dê um copo d'água para me abrir a garganta à força
Que já gritou por revolução e agora não grita mais
Grita por socorro por quando o corpo cai na cerâmica fria
Ainda dizes: "Não é nada, é a pressão..."
É a pressão...
Desculpa para não incomodar
O peito não dói mas incomoda quando acelera
Como se seus desmaios fossem cenas soltas no cotidiano para chamar atenção
Até que viram e acreditaram que não era mentira
Foi feio, muito feio, se assusta sem ver
E sente calor, não chega a ser torpor porquê é ruim
É psicológico, dizias, enquanto a garganta fechava
Garganta fechada
No piso, chapada no chão
Que bateu a cabeça
Quis tirar coisas dela
Que andou rolando estrada abaixo tendo convulsões
Que não chegam a durar um minuto, mas sufoca tua garganta
Me disseram sobre a sua agonia sem fim
Uns chamam de ansiedade. Para ansiedade se tem ansiolíticos
Você chama de agonia
Até disseram para não gritar contigo para o coração não acelerar
Até que tenha acelerado muito nessa vida
Agora sente, já é hora de parar.
Anda com tonturas nos corredores da escola, da casa, na rua anda se apoiando ( esgueirando) a ponto de ser o suficiente para não cair
Ah minha boca seca
Ah minha solidão, me dê um copo d'água para me abrir a garganta à força
Que já gritou por revolução e agora não grita mais
Grita por socorro por quando o corpo cai na cerâmica fria
Ainda dizes: "Não é nada, é a pressão..."
É a pressão...
Desculpa para não incomodar
O peito não dói mas incomoda quando acelera
Como se seus desmaios fossem cenas soltas no cotidiano para chamar atenção
Até que viram e acreditaram que não era mentira
Foi feio, muito feio, se assusta sem ver
E sente calor, não chega a ser torpor porquê é ruim
É psicológico, dizias, enquanto a garganta fechava
Garganta fechada
No piso, chapada no chão
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Regresso progressivo de maldade de verdade
O progresso chegou lá!
Nenhuma planta nasce mais
Eu vi com meus próprios olhos
Os pneus dos carros devastando e pingando óleo
Passaram o asfalto
A população diz que isto é muito bom
Acaba em parte com o pó da cidade
Aquele que não me prejudica e me faz espirrar
A canção preferida deles é o caos
Sirene, buzina, motor
Já que os pássaros são poucos longe das gaiolas
o progresso acabou com minha esperança de viver um novo dia livre de verdade!
Prestei contas ao progresso à medida que me atinge
Não vá lá
Não faça isso
Isto, eu sei, é imoral
Mas eu faço pior...
Eles deviam dizer isto antes de acabar comigo
Nunca tão só em toda minha vida
e ainda querem que eu faça como eles
jogando lixo pela janela, furando fila, rindo dos outros nas suas falhas ou não, tentando parecer belo por fora
Impedindo o que se quer fazer
À medida que o progresso me faz mal
Nenhuma planta nasce mais
Eu vi com meus próprios olhos
Os pneus dos carros devastando e pingando óleo
Passaram o asfalto
A população diz que isto é muito bom
Acaba em parte com o pó da cidade
Aquele que não me prejudica e me faz espirrar
A canção preferida deles é o caos
Sirene, buzina, motor
Já que os pássaros são poucos longe das gaiolas
o progresso acabou com minha esperança de viver um novo dia livre de verdade!
Prestei contas ao progresso à medida que me atinge
Não vá lá
Não faça isso
Isto, eu sei, é imoral
Mas eu faço pior...
Eles deviam dizer isto antes de acabar comigo
Nunca tão só em toda minha vida
e ainda querem que eu faça como eles
jogando lixo pela janela, furando fila, rindo dos outros nas suas falhas ou não, tentando parecer belo por fora
Impedindo o que se quer fazer
À medida que o progresso me faz mal