- Mas ela disse que seria só uma vez e você não sentiria nada.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ah então eu deixo, mas só dessa vez, e devagar.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro, ai como estava molhada. Só que desta vez não desistiria, seria demais. Pegou um pedaço da toalha macia e pressionou contra a virilha e todo resto. Não queria deixar transparecer tanto. Volta.
- Deu?
- Deu, estou pronta.
Fechou os olhos e dava pra ver que era a coisa mais macia que sentira em toda vida. Ele parecia estar gostando, não parava mais. E ela, como fazia muito tempo, já não sabia como reagir. Afinal, desde que terminara com o cafajeste, nunca mais foi tocada por ninguém. Havia uma mulher, ruiva, que trabalhava no posto de gasolina da rua Assumpção, e vez ou outra lhe dava indiretas sutis que a deixavam desnorteada. Mas como nunca tinha feito tal proeza, achava que não podia ser assim. De cara, de cara, pegar e ficar, sem nem conversar e conversar o quê? Se mal sabia seu próprio nome às vezes, quando nervosa.
- Acabou?
- Sim.
- Ah.
- Agora a gente pode dormir?
- Você não fuma depois?
- Fumamos amanhã, é cansativo enrolar. Vai, vai dormir Isabel Lucrécia.
E ela achava muito inconveniente esse nome completo dese jeito. Nem sabia se queria mais. A essas alturas, tanto tempo, tanta coisa, tanta bebida, não sentira mais nada. nem aquele ardor típico das longas transadas em que a alergia vem do latex. Nem aquele aroma do mesmo.
- Você é uma bobinha, dessas que a gente engana fácil.
- Dá pra me contar algo que não sei?
- [...]
A melhor amiga que o falou para ficarem juntos, não sente nada, faz alguma coisa, disse pra mim, não sente nada, dizia.
- Nada mesmo?
- Nada, desde que terminou com o outro e com o outro. Eles a preenchiam como ninguém, na verdade nunca foi preenchida. Sabe como é amor de...
- Aham, aham, sei, mas como faço?
- Fala que vai cantar uma música.
- Qual delas?
- Em inglês.
Havia passado uns dias e Isabel Lucrécia voltou de uma viagem. Foram os dois falar com a tal, esperando-a na frente de casa, sorrindo, após tocar a campainha. Ela vem, não fala, ninguém fala, só sorri e abraça. Vira-se e diz:
- Vamos entrar.
Ele parece mais entediado do que nunca ao entrar. Os cachorros ficam ao redor, senta na sala. Não tem TV - ao menos. Mas uns livros nacionais e estrangeiros por toda parte. Na parede um único quadro preto e branco.
- Essas coisas que eu gosto, pode ser uma árvore ou um pulmão.
- Prefiro um pulmão. - diz o esquisito.
Isabel pega chá e fotos, tomam um pouco de chá, olham fotos, comem bolachas e abrem cervejas que já era tempo. Essa sua amiga, a hetero até as últimas, vai embora.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro [...]
O tapete pega fogo ali mesmo.
Bem antes disso, na faculdade, essa Isabel vivia fugindo dos amigos, claro, coisa pouca, mas não suportava a sociedade e esta era a maneira de se testar. Foi então que se conheceram, ela fugindo, falando baixo, tentando se esquivar da própria preguiça de admitir sua fraqueza, ele, só mais uma aventura e sempre a próxima parece a melhor. A fama de mau, ela nunca deu bola mesmo, o que seria fama de mau contra quem tem a fama de louca, sem ser. Ela prometeu que este não a faria rir. Pois rir de qualquer coisa é chato, mas quando algo se torna insano, ela ri, e muito.
O cafajeste a fazia rir, vamos omitir nomes pela eticidade, por qualquer coisa. Mas catou uns discos dela e foi embora, os discos tudo bem, mas nunca o coração, disse. Amargurou. Agora procura consolo em coisas palpáveis porém não tão assim. É tudo bobagem, amor é bobagem, saber é bobagem, viajar, rir, conversar, o que mais então? Só importam coisas que a tragam sentidos inusitados, pois esta alegria passageira já teve suficiente, como a dor de não ser entendida. Foi aí que aceitou se entregar.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ah então eu deixo, mas só dessa vez, e devagar.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro, ai como estava molhada. Só que desta vez não desistiria, seria demais. Pegou um pedaço da toalha macia e pressionou contra a virilha e todo resto. Não queria deixar transparecer tanto. Volta.
- Deu?
- Deu, estou pronta.
Fechou os olhos e dava pra ver que era a coisa mais macia que sentira em toda vida. Ele parecia estar gostando, não parava mais. E ela, como fazia muito tempo, já não sabia como reagir. Afinal, desde que terminara com o cafajeste, nunca mais foi tocada por ninguém. Havia uma mulher, ruiva, que trabalhava no posto de gasolina da rua Assumpção, e vez ou outra lhe dava indiretas sutis que a deixavam desnorteada. Mas como nunca tinha feito tal proeza, achava que não podia ser assim. De cara, de cara, pegar e ficar, sem nem conversar e conversar o quê? Se mal sabia seu próprio nome às vezes, quando nervosa.
- Acabou?
- Sim.
- Ah.
- Agora a gente pode dormir?
- Você não fuma depois?
- Fumamos amanhã, é cansativo enrolar. Vai, vai dormir Isabel Lucrécia.
E ela achava muito inconveniente esse nome completo dese jeito. Nem sabia se queria mais. A essas alturas, tanto tempo, tanta coisa, tanta bebida, não sentira mais nada. nem aquele ardor típico das longas transadas em que a alergia vem do latex. Nem aquele aroma do mesmo.
- Você é uma bobinha, dessas que a gente engana fácil.
- Dá pra me contar algo que não sei?
- [...]
A melhor amiga que o falou para ficarem juntos, não sente nada, faz alguma coisa, disse pra mim, não sente nada, dizia.
- Nada mesmo?
- Nada, desde que terminou com o outro e com o outro. Eles a preenchiam como ninguém, na verdade nunca foi preenchida. Sabe como é amor de...
- Aham, aham, sei, mas como faço?
- Fala que vai cantar uma música.
- Qual delas?
- Em inglês.
Havia passado uns dias e Isabel Lucrécia voltou de uma viagem. Foram os dois falar com a tal, esperando-a na frente de casa, sorrindo, após tocar a campainha. Ela vem, não fala, ninguém fala, só sorri e abraça. Vira-se e diz:
- Vamos entrar.
Ele parece mais entediado do que nunca ao entrar. Os cachorros ficam ao redor, senta na sala. Não tem TV - ao menos. Mas uns livros nacionais e estrangeiros por toda parte. Na parede um único quadro preto e branco.
- Essas coisas que eu gosto, pode ser uma árvore ou um pulmão.
- Prefiro um pulmão. - diz o esquisito.
Isabel pega chá e fotos, tomam um pouco de chá, olham fotos, comem bolachas e abrem cervejas que já era tempo. Essa sua amiga, a hetero até as últimas, vai embora.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro [...]
O tapete pega fogo ali mesmo.
Bem antes disso, na faculdade, essa Isabel vivia fugindo dos amigos, claro, coisa pouca, mas não suportava a sociedade e esta era a maneira de se testar. Foi então que se conheceram, ela fugindo, falando baixo, tentando se esquivar da própria preguiça de admitir sua fraqueza, ele, só mais uma aventura e sempre a próxima parece a melhor. A fama de mau, ela nunca deu bola mesmo, o que seria fama de mau contra quem tem a fama de louca, sem ser. Ela prometeu que este não a faria rir. Pois rir de qualquer coisa é chato, mas quando algo se torna insano, ela ri, e muito.
O cafajeste a fazia rir, vamos omitir nomes pela eticidade, por qualquer coisa. Mas catou uns discos dela e foi embora, os discos tudo bem, mas nunca o coração, disse. Amargurou. Agora procura consolo em coisas palpáveis porém não tão assim. É tudo bobagem, amor é bobagem, saber é bobagem, viajar, rir, conversar, o que mais então? Só importam coisas que a tragam sentidos inusitados, pois esta alegria passageira já teve suficiente, como a dor de não ser entendida. Foi aí que aceitou se entregar.
2 comentários:
eae legal
beleza...
tou aqui te apresentando um blog das loucuras
http://osantigosdiziam.blogspot.com/
prticipe!
husauhasshu ainda vive esse blog?
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