quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Até mais tarde que a meia-noite

Rir de paixão. Você sabe o que é rir de paixão? Quando bate um desespero gostoso, e você ri, do nada? Pois é, eu senti isso uma noite. Mas não passou disso. Era uma coisa fetichista que ao mesmo tempo que dava, puxava de volta, como morder e assoprar. Só que diferente, mais intenso. E quem me garante que também meu amor não ria de paixão? Ou ria de mim? Eram umas coisas sem sentido, que nos propúnhamos a conversar umas coisas e a direção da conversa era outra. Só faltava perguntar do meu cotidiano, bem, até perguntou. Tudo começou em um outono de 2008. Quer saber? No começo não percebi, nem senti nada. Estava preocupada com outras coisas irrelevantes. Faz tão pouco tempo... Não é de se admirar que não tenha dado em nada mesmo, afinal, eu, uma inexperiente. Pois bem, eu nem lhe dava bola, me entediava. Tudo me entediava menos as viagens para praia. Tirando isso e os elogios, ah como me davam à respeito da minha felicidade e dos meus vestidos, nada mais me dava alegria de viver. E comecei a beber mais que o usual. Quer saber? – eu pensava- Vou largar a faculdade. Faltando um ano para terminar... ah... mas aquela noite pouco inferior que nunca vou esquecer começou a virar minha cabeça, e quando foi que eu percebi mesmo? Foi quando falamos do meu namorado... estava na hora de terminar. Me incomodava mesmo, me fazia chorar enquanto bebia então terminei pra de novo nunca mais! Aí eu pensei, das férias de julho não passa. Quanta doçura naquela voz, quanto martírio em mim. Agora sim, voltei à faculdade e tudo está mudado. Mas quando voltei ao invés de um anjo da renascença eu não encontrei mais nada. Comecei a investigar, droga... como pode eu pensei... deve ter um compromisso, ou comprou uma aliança unitária dessas de pessoas anti-sociais que querem afastar os outros. Nossa, como eu pensava coisas que não tinham nada a ver pra não me machucar. Estou no lucro, sorriu pra mim. Sorria quando eu sempre falava, sorria quando me via pela primeira vez no dia, até olhou para minhas pernas enquanto sorria. Como não iria acreditar nisso!? Quanta mentira que planejou contra meu coração!!! Mas aí da última vez o papo foi muito íntimo, muito gostoso e eu caí. Mais uma vez a chance, e passei a sonhar: é assim que eu quero... eu sou a garota mais legal da cidade, não tem como não gostar, ah, fala sério. Olha só, eu sou demais, e lá tentei mais uma investida. Hunf, já era 2009, já era tudo. Pensei que havia esquecido. Aí vi de longe no corredor, agora, por esses dias, eu não aguentei mais ver. Eu senti que tudo aquilo que sentira era mesmo verdade, mas não podia mais olhar. Recuei e tentei me esconder atrás da parede e de alguém menor do que eu. Não consegui, mal consegui dizer oi. Nessa hora o coração já não aguentava mais. Parei e me virei, estava andando à minha frente, feito um imperador ( ou imperatriz) onde nada pode impedir. Ah, eu não vou, até tinha tanta coisa pra falar mas dessa vez não vou. Fiquei olhando sumir no corredor enquanto falava com alguém e gesticulava. Fui andando, pelo ar livre, preciso de ar livre, mato, algo gelado pra beber. Preciso do vento, de algo pra pensar ( ler), e da minha casa. Fui andando sentindo cada passo meu no chão, cada barulho do meu mexer de corpo. Dizendo pra mim, não vou lá, isto é força. Fosse todas as minhas amigas iam, fariam de tudo, derrubariam café no chão, mas iam a fim de dar uma desculpa para falar. Desculpas que chega. Agora consolei, os livros me contaram tudo. E dessa vez, não vai rolar.

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