sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
Ventos violentos
Meu nome é tempestade
Foi profundo demais pra ser verdade
Tempestade que soltou todas as amarras que haviam em meu coração
Me provou que somos todos livres, sem que eu possa escolher
Sou tempestade sem tempo para voltar e terminar
Tempestade sem fim
Dentro de mim há um descontrole, um tipo de loucura que chamei de intensidade
A minha entrega virou caso perdido
O vento sopra no meu coração
Tempestade não sai de mim
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Isabel Lucrécia
- Mas ela disse que seria só uma vez e você não sentiria nada.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ah então eu deixo, mas só dessa vez, e devagar.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro, ai como estava molhada. Só que desta vez não desistiria, seria demais. Pegou um pedaço da toalha macia e pressionou contra a virilha e todo resto. Não queria deixar transparecer tanto. Volta.
- Deu?
- Deu, estou pronta.
Fechou os olhos e dava pra ver que era a coisa mais macia que sentira em toda vida. Ele parecia estar gostando, não parava mais. E ela, como fazia muito tempo, já não sabia como reagir. Afinal, desde que terminara com o cafajeste, nunca mais foi tocada por ninguém. Havia uma mulher, ruiva, que trabalhava no posto de gasolina da rua Assumpção, e vez ou outra lhe dava indiretas sutis que a deixavam desnorteada. Mas como nunca tinha feito tal proeza, achava que não podia ser assim. De cara, de cara, pegar e ficar, sem nem conversar e conversar o quê? Se mal sabia seu próprio nome às vezes, quando nervosa.
- Acabou?
- Sim.
- Ah.
- Agora a gente pode dormir?
- Você não fuma depois?
- Fumamos amanhã, é cansativo enrolar. Vai, vai dormir Isabel Lucrécia.
E ela achava muito inconveniente esse nome completo dese jeito. Nem sabia se queria mais. A essas alturas, tanto tempo, tanta coisa, tanta bebida, não sentira mais nada. nem aquele ardor típico das longas transadas em que a alergia vem do latex. Nem aquele aroma do mesmo.
- Você é uma bobinha, dessas que a gente engana fácil.
- Dá pra me contar algo que não sei?
- [...]
A melhor amiga que o falou para ficarem juntos, não sente nada, faz alguma coisa, disse pra mim, não sente nada, dizia.
- Nada mesmo?
- Nada, desde que terminou com o outro e com o outro. Eles a preenchiam como ninguém, na verdade nunca foi preenchida. Sabe como é amor de...
- Aham, aham, sei, mas como faço?
- Fala que vai cantar uma música.
- Qual delas?
- Em inglês.
Havia passado uns dias e Isabel Lucrécia voltou de uma viagem. Foram os dois falar com a tal, esperando-a na frente de casa, sorrindo, após tocar a campainha. Ela vem, não fala, ninguém fala, só sorri e abraça. Vira-se e diz:
- Vamos entrar.
Ele parece mais entediado do que nunca ao entrar. Os cachorros ficam ao redor, senta na sala. Não tem TV - ao menos. Mas uns livros nacionais e estrangeiros por toda parte. Na parede um único quadro preto e branco.
- Essas coisas que eu gosto, pode ser uma árvore ou um pulmão.
- Prefiro um pulmão. - diz o esquisito.
Isabel pega chá e fotos, tomam um pouco de chá, olham fotos, comem bolachas e abrem cervejas que já era tempo. Essa sua amiga, a hetero até as últimas, vai embora.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro [...]
O tapete pega fogo ali mesmo.
Bem antes disso, na faculdade, essa Isabel vivia fugindo dos amigos, claro, coisa pouca, mas não suportava a sociedade e esta era a maneira de se testar. Foi então que se conheceram, ela fugindo, falando baixo, tentando se esquivar da própria preguiça de admitir sua fraqueza, ele, só mais uma aventura e sempre a próxima parece a melhor. A fama de mau, ela nunca deu bola mesmo, o que seria fama de mau contra quem tem a fama de louca, sem ser. Ela prometeu que este não a faria rir. Pois rir de qualquer coisa é chato, mas quando algo se torna insano, ela ri, e muito.
O cafajeste a fazia rir, vamos omitir nomes pela eticidade, por qualquer coisa. Mas catou uns discos dela e foi embora, os discos tudo bem, mas nunca o coração, disse. Amargurou. Agora procura consolo em coisas palpáveis porém não tão assim. É tudo bobagem, amor é bobagem, saber é bobagem, viajar, rir, conversar, o que mais então? Só importam coisas que a tragam sentidos inusitados, pois esta alegria passageira já teve suficiente, como a dor de não ser entendida. Foi aí que aceitou se entregar.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Ah então eu deixo, mas só dessa vez, e devagar.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro, ai como estava molhada. Só que desta vez não desistiria, seria demais. Pegou um pedaço da toalha macia e pressionou contra a virilha e todo resto. Não queria deixar transparecer tanto. Volta.
- Deu?
- Deu, estou pronta.
Fechou os olhos e dava pra ver que era a coisa mais macia que sentira em toda vida. Ele parecia estar gostando, não parava mais. E ela, como fazia muito tempo, já não sabia como reagir. Afinal, desde que terminara com o cafajeste, nunca mais foi tocada por ninguém. Havia uma mulher, ruiva, que trabalhava no posto de gasolina da rua Assumpção, e vez ou outra lhe dava indiretas sutis que a deixavam desnorteada. Mas como nunca tinha feito tal proeza, achava que não podia ser assim. De cara, de cara, pegar e ficar, sem nem conversar e conversar o quê? Se mal sabia seu próprio nome às vezes, quando nervosa.
- Acabou?
- Sim.
- Ah.
- Agora a gente pode dormir?
- Você não fuma depois?
- Fumamos amanhã, é cansativo enrolar. Vai, vai dormir Isabel Lucrécia.
E ela achava muito inconveniente esse nome completo dese jeito. Nem sabia se queria mais. A essas alturas, tanto tempo, tanta coisa, tanta bebida, não sentira mais nada. nem aquele ardor típico das longas transadas em que a alergia vem do latex. Nem aquele aroma do mesmo.
- Você é uma bobinha, dessas que a gente engana fácil.
- Dá pra me contar algo que não sei?
- [...]
A melhor amiga que o falou para ficarem juntos, não sente nada, faz alguma coisa, disse pra mim, não sente nada, dizia.
- Nada mesmo?
- Nada, desde que terminou com o outro e com o outro. Eles a preenchiam como ninguém, na verdade nunca foi preenchida. Sabe como é amor de...
- Aham, aham, sei, mas como faço?
- Fala que vai cantar uma música.
- Qual delas?
- Em inglês.
Havia passado uns dias e Isabel Lucrécia voltou de uma viagem. Foram os dois falar com a tal, esperando-a na frente de casa, sorrindo, após tocar a campainha. Ela vem, não fala, ninguém fala, só sorri e abraça. Vira-se e diz:
- Vamos entrar.
Ele parece mais entediado do que nunca ao entrar. Os cachorros ficam ao redor, senta na sala. Não tem TV - ao menos. Mas uns livros nacionais e estrangeiros por toda parte. Na parede um único quadro preto e branco.
- Essas coisas que eu gosto, pode ser uma árvore ou um pulmão.
- Prefiro um pulmão. - diz o esquisito.
Isabel pega chá e fotos, tomam um pouco de chá, olham fotos, comem bolachas e abrem cervejas que já era tempo. Essa sua amiga, a hetero até as últimas, vai embora.
Antes que ocorresse algo Isabel se levantou e correu até o banheiro [...]
O tapete pega fogo ali mesmo.
Bem antes disso, na faculdade, essa Isabel vivia fugindo dos amigos, claro, coisa pouca, mas não suportava a sociedade e esta era a maneira de se testar. Foi então que se conheceram, ela fugindo, falando baixo, tentando se esquivar da própria preguiça de admitir sua fraqueza, ele, só mais uma aventura e sempre a próxima parece a melhor. A fama de mau, ela nunca deu bola mesmo, o que seria fama de mau contra quem tem a fama de louca, sem ser. Ela prometeu que este não a faria rir. Pois rir de qualquer coisa é chato, mas quando algo se torna insano, ela ri, e muito.
O cafajeste a fazia rir, vamos omitir nomes pela eticidade, por qualquer coisa. Mas catou uns discos dela e foi embora, os discos tudo bem, mas nunca o coração, disse. Amargurou. Agora procura consolo em coisas palpáveis porém não tão assim. É tudo bobagem, amor é bobagem, saber é bobagem, viajar, rir, conversar, o que mais então? Só importam coisas que a tragam sentidos inusitados, pois esta alegria passageira já teve suficiente, como a dor de não ser entendida. Foi aí que aceitou se entregar.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Poema da morte sem nome, deseperada!
Às vezes eu queria ser um passarinho
Ele nem sabe o que é viver pronto para morrer
Se o passarinho sofre
Ele nem sabe o que é isso
Só canta, e se está preso, só canta!
Pronto pra morrer sem saber
Um cachorro vive menos do que eu, mas também nem sabe o que é a morte
Só sofre
Como meu cão sofreu
Eu não quero isso, só quero viver
Se for para morrer - que será - que seja tarde - e sem dor
O amor me dói
Mas viver supera tudo!
Só o momento existe!
Ele nem sabe o que é viver pronto para morrer
Se o passarinho sofre
Ele nem sabe o que é isso
Só canta, e se está preso, só canta!
Pronto pra morrer sem saber
Um cachorro vive menos do que eu, mas também nem sabe o que é a morte
Só sofre
Como meu cão sofreu
Eu não quero isso, só quero viver
Se for para morrer - que será - que seja tarde - e sem dor
O amor me dói
Mas viver supera tudo!
Só o momento existe!
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Até mais tarde que a meia-noite
Rir de paixão. Você sabe o que é rir de paixão? Quando bate um desespero gostoso, e você ri, do nada? Pois é, eu senti isso uma noite. Mas não passou disso. Era uma coisa fetichista que ao mesmo tempo que dava, puxava de volta, como morder e assoprar. Só que diferente, mais intenso. E quem me garante que também meu amor não ria de paixão? Ou ria de mim? Eram umas coisas sem sentido, que nos propúnhamos a conversar umas coisas e a direção da conversa era outra. Só faltava perguntar do meu cotidiano, bem, até perguntou. Tudo começou em um outono de 2008. Quer saber? No começo não percebi, nem senti nada. Estava preocupada com outras coisas irrelevantes. Faz tão pouco tempo... Não é de se admirar que não tenha dado em nada mesmo, afinal, eu, uma inexperiente. Pois bem, eu nem lhe dava bola, me entediava. Tudo me entediava menos as viagens para praia. Tirando isso e os elogios, ah como me davam à respeito da minha felicidade e dos meus vestidos, nada mais me dava alegria de viver. E comecei a beber mais que o usual. Quer saber? – eu pensava- Vou largar a faculdade. Faltando um ano para terminar... ah... mas aquela noite pouco inferior que nunca vou esquecer começou a virar minha cabeça, e quando foi que eu percebi mesmo? Foi quando falamos do meu namorado... estava na hora de terminar. Me incomodava mesmo, me fazia chorar enquanto bebia então terminei pra de novo nunca mais! Aí eu pensei, das férias de julho não passa. Quanta doçura naquela voz, quanto martírio em mim. Agora sim, voltei à faculdade e tudo está mudado. Mas quando voltei ao invés de um anjo da renascença eu não encontrei mais nada. Comecei a investigar, droga... como pode eu pensei... deve ter um compromisso, ou comprou uma aliança unitária dessas de pessoas anti-sociais que querem afastar os outros. Nossa, como eu pensava coisas que não tinham nada a ver pra não me machucar. Estou no lucro, sorriu pra mim. Sorria quando eu sempre falava, sorria quando me via pela primeira vez no dia, até olhou para minhas pernas enquanto sorria. Como não iria acreditar nisso!? Quanta mentira que planejou contra meu coração!!! Mas aí da última vez o papo foi muito íntimo, muito gostoso e eu caí. Mais uma vez a chance, e passei a sonhar: é assim que eu quero... eu sou a garota mais legal da cidade, não tem como não gostar, ah, fala sério. Olha só, eu sou demais, e lá tentei mais uma investida. Hunf, já era 2009, já era tudo. Pensei que havia esquecido. Aí vi de longe no corredor, agora, por esses dias, eu não aguentei mais ver. Eu senti que tudo aquilo que sentira era mesmo verdade, mas não podia mais olhar. Recuei e tentei me esconder atrás da parede e de alguém menor do que eu. Não consegui, mal consegui dizer oi. Nessa hora o coração já não aguentava mais. Parei e me virei, estava andando à minha frente, feito um imperador ( ou imperatriz) onde nada pode impedir. Ah, eu não vou, até tinha tanta coisa pra falar mas dessa vez não vou. Fiquei olhando sumir no corredor enquanto falava com alguém e gesticulava. Fui andando, pelo ar livre, preciso de ar livre, mato, algo gelado pra beber. Preciso do vento, de algo pra pensar ( ler), e da minha casa. Fui andando sentindo cada passo meu no chão, cada barulho do meu mexer de corpo. Dizendo pra mim, não vou lá, isto é força. Fosse todas as minhas amigas iam, fariam de tudo, derrubariam café no chão, mas iam a fim de dar uma desculpa para falar. Desculpas que chega. Agora consolei, os livros me contaram tudo. E dessa vez, não vai rolar.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Alucinação, leia e não volte nunca mais
Quando se é feia a única coisa que resta são os livros
Livros no sofá!
Quando se é bonita deve-se restar os livros, a cama, o sofá, os vestidos voluptuosos, as meias de liga rasgando sem pudor
Quando se é feia sobra-se a literatura erótica, o imaginário, as velas, coisas subentendidas do cotidiano que nunca terminam em nada
Nada abstêmio
Champanha Boulevar
Livros daqueles de se devorar
Ah Eveline, por quê eu também não sou assim feito a ti?
Feito a ti desconexa
Feito a ti complexa
Mas menos descomplexada do que eu pensava
Menos malvada no teu ardil
Alice também me telefonou
Só que esta não resta nem a sombra
Que também me devorou na meia noite
Gastou seu último tostão na meia rasgada
Passou a mão na noite passada, como lhe sugeriram
Clamem e pasmem como os anjos do senhor são enormes e circunflexos
Engoliu a água que havia reservado por último gole gelado antes de dormir
Anima
Que champagne que é bom não acabou
É só entrar no apartamento e se virar à direita que tem uma prateleira enorme cheia dessas bugigangas que você procura
Mas o martini é muito doce e eu não comprei
Só pão francês
Pra matar a ressaca de amanhã de manhã
Arrependimento, não.
Uma aspirina.
Lenço molhado no pescoço
Pernas pro alto
Banho de piscina no inverno
Lenço molhado e quente na cabeça
Bala de hortelã
E balas de iogurte
Suco de maçã
Coca-cola é refrigerante clichê dos anos todos
Camisas soltas
Roupa de seda
Virei gueixa
Carros a muitos quilômetros sem direção
Tranca
E joga as chaves fora
Transa
Não quero mais nada entrando aqui
Só ler Freud em pedaços antes de dormir
Vocês não querem dizer” diga não às drogas?”
Cadê as drogas para se dizer não?
Que até agora eu não recusei nem emprego!
Aqui tem quantidade suficiente para duas pessoas
Para mim agora e para mim amanhã de manhã
Servindo o rosto feito pose
- pra retrato de revista
E livros que é bom nada
Livros no sofá!
Quando se é bonita deve-se restar os livros, a cama, o sofá, os vestidos voluptuosos, as meias de liga rasgando sem pudor
Quando se é feia sobra-se a literatura erótica, o imaginário, as velas, coisas subentendidas do cotidiano que nunca terminam em nada
Nada abstêmio
Champanha Boulevar
Livros daqueles de se devorar
Ah Eveline, por quê eu também não sou assim feito a ti?
Feito a ti desconexa
Feito a ti complexa
Mas menos descomplexada do que eu pensava
Menos malvada no teu ardil
Alice também me telefonou
Só que esta não resta nem a sombra
Que também me devorou na meia noite
Gastou seu último tostão na meia rasgada
Passou a mão na noite passada, como lhe sugeriram
Clamem e pasmem como os anjos do senhor são enormes e circunflexos
Engoliu a água que havia reservado por último gole gelado antes de dormir
Anima
Que champagne que é bom não acabou
É só entrar no apartamento e se virar à direita que tem uma prateleira enorme cheia dessas bugigangas que você procura
Mas o martini é muito doce e eu não comprei
Só pão francês
Pra matar a ressaca de amanhã de manhã
Arrependimento, não.
Uma aspirina.
Lenço molhado no pescoço
Pernas pro alto
Banho de piscina no inverno
Lenço molhado e quente na cabeça
Bala de hortelã
E balas de iogurte
Suco de maçã
Coca-cola é refrigerante clichê dos anos todos
Camisas soltas
Roupa de seda
Virei gueixa
Carros a muitos quilômetros sem direção
Tranca
E joga as chaves fora
Transa
Não quero mais nada entrando aqui
Só ler Freud em pedaços antes de dormir
Vocês não querem dizer” diga não às drogas?”
Cadê as drogas para se dizer não?
Que até agora eu não recusei nem emprego!
Aqui tem quantidade suficiente para duas pessoas
Para mim agora e para mim amanhã de manhã
Servindo o rosto feito pose
- pra retrato de revista
E livros que é bom nada
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Chega dessa conversa sem fim...
Ah Eveline! Por quê eu também não sou assim feito a ti?
http://www.revistasamizdat.com/2009/06/eveline.html
Ah Eveline! Por quê eu também não sou assim feito a ti?
http://www.revistasamizdat.com/2009/06/eveline.html
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Meu corpo novo, firme como o pecado, corpo novo que me sustenta, deleiteia. Meu corpo, meu rosto amargurado, meu gosto amargo do meu corpo, aquele gosto só meu de quando me estranho.
Entrando dentro do meu quarto a ficar pensando nas coisas que me disseram e não me fizeram bem. A qual não dou nenhum vintém, pois nem lhe dou mais importância. Amargurou com o tempo que não dei sustento para alimentar meu próprio amor pela verdade. Doeu. Agora não dói mais. A pensar que não conversarei com aquela nunca mais.
Penso que não merece nem uma letra minha. Um Ah!- ou - Ah! Com licença, tenho que ir pra casa dar remédio pro cachorro.- já seria demais. Muitas letras, muitas palavras. Já daria uma frase de presente, já que deve ser um privilégio muito grande. Privilégio desses que só quem permito que venha me acompanhar saiba do que estou falando. Doeu. Nem uma letra, nem uma palavra, mais nada.
Só meu corpo novo feito pro pecado. Só as coxas rijas, só a pele macia, só a loucura, só um pescoço voltado pra trás, só pra lhe dizer: - Não, mais nada.